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Região do Alto São Francisco

A bacia do Rio São Francisco é dividida em 04 (quatro) regiões:

Alto Francisco: Das cabeceiras, na Serra da Canastra , até Pirapora (MG).

Médio São Francisco: Pirapora (MG) até Remanso (BA).

Submédio São Francisco: Remanso (BA) até Paulo Afonso (BA).

Baixo São Francisco: Paulo Afonso (BA) até a foz no Oceano Atlântico.


Algumas Informações sobre o Rio São Francisco

. Sua foz foi descoberta a 4 de Outubro de 1501, dia de São Francisco.

. São Francisco foi um santo que nasceu numa rica família italiana e que marcou sua conversão despojando-se de todos os bens para voltar-se aos pobres.

. O São Francisco concentra 25% da área represada por hidrelétricas do país · Rio São Francisco possui 2800 Km de extensão e drena uma área de aproximadamente 641.000 Km2

· Ocupa 8% do território naciona, nascendo no estado de Minas Gerais, na Serra da Canastra e desembocando no Oceano Atlântico entre Sergipe e Alagoas, atravessando regiões com condições naturais das mais diversas

. O Velho Chico, pela sua importância, já foi chamado de o rio de integração nacional. Sua bacia é a única totalmente brasileira atingindo Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.

. A sua importância se deve não só pelo volume de água transportado numa região semi-árida mas, principalmente, pela sua contribuição histórica e econômica na fixação das populações ribeirinhas e na criação das cidades hoje plantadas ao longo do vale, bem como pelo potencial hídrico passível de aproveitamento em futuros planos de irrigação dos excelentes solos situados à sua margem.

· As águas do Rio São Francisco são utilizadas para navegação, irrigação e para gerar eletricidade e cria oportunidades de ecoturismo como o Cânion da Baixa do Chico. Lá, a vegetação nativa, formada por mandacarus e outros tipos de cactos, é um dos destaques. A melhor época para se fazer trilhas e visitar o Cânion é entre junho e agosto, quando as temperaturas são mais amenas.

· Algumas áreas oferecem condições para uma boa pescaria. Dourados, surubins, matrinxãs, piaparas, curvinas, traíras, mandis, pirá (um bagre endêmico da bacia), tucunarés (introduzidos em alguns reservatórios e no baixo São Francisco), e outras espécies introduzidas e bem sucedidas podem ser capturadas em suas águas, freqüentadas principalmente por pescadores de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e do Distrito Federal.

· O São Francisco acode quatro dos nove Estados da "sede" no Nordeste. Mas desenha um cotovelo a leste, na altura de Cabrobó, PE, onde o declive do planalto desvia sua correnteza para o litoral. A inflexão deixa ao desabrigo o Ceará, Paraíba e o Rio Grande do Norte, que não tem fontes expressivas de abastecimento perene. A idéia cirúrgica de intervir no cotovelo para acudir os desasistidos e concluir a missão franciscana tem 150 anos. A cada período seco e eleitoral ela é desarquivada mas nunca saiu do papel.

· O Rio São Francisco também é vítima do descaso e da irresponsabilidade e está com sua liberdade e vida ferida: desmatamentos e queimadas desde sua nascente, hidrelétricas que destroem paisagens e cidades , lixos que são jogados em suas margens, recebimento de esgotos domésticos e industriais, garimpos que assoreiam o Rio, número de peixes diminuindo

fonte: Revista Globo Rural - agosto de 2000

 

 

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CENTRO-OESTE
 

Antonio de Paiva MOURA

Cada região tem sempre dois ou mais municípios responsáveis por sua configuração territorial. Seus desmembramentos formam a malha da divisão político-administrativa regional. No Centro-Oeste destacam-se Pitangui e Itapecerica. O município de Itapecerica, criado em 1789, se desdobra em Formiga, Campo Belo, Divinópolis, Camacho, Pedra do Indaiá e São Sebastião do Oeste. Pitangui. Instalado em 1715, se desdobra em Pará de Minas, Dores do Indaiá, Martinho Campos, Pompeu, Maravilhas, Nova Serrana, Papagaios, Conceição do Pará e Leandro Pereira.

Os portugueses radicados na Bahia reivindicavam o direito de explorar, demarcar e dominar a região com as penetrações pelos sertões. Conforme longa pesquisa de Simão Pires a capitania da Bahia dominava todas as terras na margem direita do Rio São Francisco e seus afluentes já na região mineradora de Pitangui, do atual Rio Pará, compreendendo as terras do mestre de campo Antonio Guedes de Brito, administradas por Manoel Nunes Viana. (PIRES,; 53) Em 1720 o Conde de Assumar, governador da Capitania de Minas Gerais, contrariando o governo e o bispado da Bahia, estabeleceu a divisa de Minas com aquela capitania, no Rio Verde Grande.

Os paulistas foram os primeiros descobridores do Rio Pitangui, o que em tupi significa rio das crianças.(1) Não teria sido revelado por outros estudiosos a existência de ouro na região. O São Francisco era cominho dos bandeirantes paulistas. Embora a oficialidade portuguesas registre o ano de 1709, há dez anos o Pintangui, Rio Pará, já estava sendo habitado. Bartolomeu Bueno da Siqueira lá esteve em 1695 mas a picada que abriu foi fechada. Chegar primeiro nada significa. O que é digno de nota para a história é o feito: a marca humana do construir, colonizar, povoar, construir, arraigar. Portanto, baianos e portugueses são os primeiros colonizadores do Centro-Oeste Mineiro. Foi o padre Toledo e o mestre de campo Inácio Correia Pamplona, um dos delatores da Inconfidência Mineira, a organizar expedição oficial; associado ao guarda-mor regente e chefe da legião da conquista do Pium-i, Bambui, Picada de Goiás. A expedição informa ao governador da capitania de Minas Gerais sobre ataques de índios Caiapós e entradas pára a região de Bambui e Serra da Marcela. A segunda entrada para a região de Bambui, realizada em 1769 cuja bandeira era constituída de cem homens, com capelão cirurgião, botica. No mesmo ano celebra missa em Bambui e segue para Quilombo do Ambrósio, Fazenda da Babilônia, Quembra-Anzol, Salitrre, Paraibuna e Dourado. (BAROSA,. 1971)

Como havia ocorrido no Campo das Vertentes em que Tomé Portes Del Rei adquiriu o direito de passagem criando o Porto Real da Passagem do Rio das Mortes em São João del Rei, na mesma época, Borba Gato criou uma passagem particular no Rio Paraopeba, possivelmente no lugar denominado Porto Velho, no distrito de São Joaquim de Bicas, município de Igarapé. Em tupi, ygara-apé significa caminho da canoa. Logo depois, em 1714 foi criada a Passagem Real de Jossph Vieira no Paraopeba, em Esmeraldas. (DINIZ, S. G. 1966; 25) Em suas canoas atravessavam o rio tanto os viandantes dos confins do Serro Frio, passando por Sabará, como os da Bahia que preferiam o caminho de Curvelo, Sete Lagoas, Andiroba, Contagem e Esmeraldas. (2)

A topografia da região foi favorável à agricultura e à pecuária. Planícies extensas, enormes platôs, campos e Campinas que se estendem, às vezes, até perder de vista. Os horizontes são mais amplos. (BARBOSA,. 1971; 48) Ao contrário de Sabará, Ouro Preto, Serro e Diamantina o Centro-Oeste é dotado de terras férteis o que ainda no século XVIII atraiu agricultores vindos de Portugal e outros já radicados na região mineradora. Pitangui passa a ser um centro irradiador de povoamento. Abaeté e Dores do indaiá foram povoados com migrantes provenientes de São Romão e Curvelo. (BARBOSA, W. A. 1971; 49) Em 1741, José de Faria Pereira adquiriu quatro sesmarias, barra do Rio Indaiá. Cosme Soares da Costa, em 1740, obteve sesmaria no Extrema, ao lado das terras de José de Faria Pereira. Joaquim Correia da Silva, entre o Funchal e o Indaiá; Vicente Teixeira , entre o Indaiá e o Borrachudo, em 1801, Manoel Inácio da Fonseca, entre os rios Abaeté e Borrachudo, em 1807. José Gonçalves da Silva, Antonio da Costa, entre o Abaeté e o Borrachudo, em 1804. Padre Antonio Correa da Silva, Francisco Antonio Monteiro de Noronha, José Fernandes da Costa, Felipe Joaquim da Cunha, Ana Barbosa da Silva, Alferes Antonio José da Silva nas margens do Marmelada. A margem esquerda do São Francisco, compreendendo Dores do Indaiá, Quartel Geral e Estrela do Indaiá foi doada em sesmarias, em 1738 a Domingos Brito, o abridor de caminhos para Goiás. Com o desaparecimento de Brito, o terreno foi doada a quatro irmãos de Itaverava, da família Costa Guimarães, 47 anos depois, isto é, em 1785. Seguem outros assentamentos de 1790 a 1802, conforme levantamento de Barbosa. Manoel Gonçalves Mascarenhas, no Ribeirão dos Patos; José dos Santos Marques, em Boa Vista; Manoel e Antonio Gomes Batista, no Rio Indaiá; Ana Batista de Santo Inácio, no Capim Branco; José Simão de Oliveira no Ribeirão Mandassaia; Antonio Pereira de Castro,Manoel Pereira da Silveira, José Gomes de Moura no Japão, atual Carmópolis de Minas; Antonio Francisco Xavier, no Taquaral; Maria Gomes Teixeira, Manoel Batista Gomes, Inês Clara de Jesus, no Ribeirão dos Veados; Padre André de Figueiredo Mascarenhas, Manoel Figueiredo Mascarenhas, Francisco Ribeiro Couto, Antonio Pereira Lima, Manoel Pinto Pereira, João Morais Navarro proprietários em Pitangui; Manoel Monteiro Rosa, Antonio José Roiz, Alferes José Queirós Ferreira, Manoel Machado e Companhia, Manoel Rodrigues do Monte e Padre Monel de Siqueira, em Itaúna; Tomé Luiz Cardoso, Antonio Correa, Antonio Rodrigues Rocha, José Gomes da Silva, Felix de Abreu Lima e Manoel Antonio Teixeira, na proximidade de Nova Serrana. (BARBOSA, . 1971; 56)

Depois da Inconfidência mineira acelera-se o esgotamento das minas e um movimento migratório inverso do ocorrido no auge da mineração aurífera. A punição aos inconfidentes com degredos, confinamentos e pena de morte foi aterrorizante, como revela o esquartejamento de Tiradentes. Igualmente rigorosas foram as perseguições sobre os habitantes das cidades auríferas, com prisões, confiscos de bens e humilhações públicas. A partir da Inconfidência Mineira as cidades do ciclo do ouro passaram por um melancólico esvaziamento. Os mineradores, os clérigos e escravos se distanciam das cidades buscando longínquas terras. Por onde chegam os ex-mineradores já transformados em agropecuaristas, vão empurrando as linhas divisórias da Província de Minas. No dizer de Carrato, uma verdadeira diáspora. Os migrantes partiram em massa na busca de novas aventuras, encontrando imensas florestas e terras desabitadas. Às vezes ainda tentavam a mineração de ouro ou de gemas, mas acabavam abrindo currais, fazendas e pequenos negócios; começam as ereções de capelas, criação de freguesias ou vilas. (CARRATO, 1968) No momento da Inconfidência e logo depois do dia 21 de abril de 1792, os espaços inexplorados nas imediações dos centros auríferos começaram a ser ocupados, atestando isso a criação de novos municípios, como em 1789, Itapecerica; em 1798 Paracatu; em 1831 Formiga, em 1841 Pium-i e em 1848 Pará de Minas.

A vinda da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro aumentou consideravelmente o consumo no País, especialmente a carne bovina e a banha de suínos. O Centro-Oeste mineiro contava grandes fazendas de criação, a exemplo da fabulosa propriedade de Dona Joaquina do Pompeu.



1 - A lenda do Rio Pitangui contada por Diogo de Vasconcelos deixa-nos certa dúvida pois fala de Bartolomeu Bueno da Siqueira em 1696 que teria sido informado pelos índios de Santa Ana do Paraopeba, de que havia um certo ribeirão que dava grande quantidade de ouro. Desviando-se da rota que buscava, Pico Itacolomi, dirigiu-se para o Oeste até o Rio Pará. Quando foi se aproximando do ribeirão, as índias que se banhavam pressentiram o tropel e, pensando serem traficantes, fugiram aterrorizadas, deixando algumas crianças de peito na margem. O rio tomou por isso o nome de "Pitang-i", rio das crianças. (VASCONCELOS, 1948; 179)

2 - Joseph Vieira arrematou a Passagem Real em 15 de julho de 1714 pela importância de 910 oitavas de ouro, cerca de três milhões de dólares. No local do Porto, Vieira fundou um sítio que foi confiscado pelo Conde de Assumar, governador da capitania de Minas Gerais, em 1720, determinando a condição de não cede-lo a paulistas. (DINIZ, 1966; 25)

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BIBLIOGRAFIA

BARBOSA, Waldemar de Almeida. A decadência das minas e a fuga da mineração. Belo Horizonte: UFMG, 1971.

CARRATO, José Ferreira. Igreja, iluminismo e escolas mineiras coloniais. São Paulo: Nacional, 1968.

DINIZ, Sílvio Gabriel. Capítulos da História de Pitangui. Belo Horizonte: Autor, 1966.

PIRES, Simão Ribeiro. Raízes de Minas. Montes Claros: Autor, 1979.

VASCONCELOS, Diogo de. História Antiga de Minas Gerais. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1948.


Antonio de Paiva Moura é mestre em História,
professor do UNI-BH e UEMG



Fotos e Imagens:


no destaque: região do Alto São Francisco


Bacia do Rio São Franciso


Fonte
: Comitê da Bacia do Rio São Francisco - http://www.cbhsaofrancisco.org.br/


Nascente no Parque da Canastra


Nascente no Parque da Canastra


Cachoeira Cascadanta



Ponte próxima a Martinho Campos/MG


Rio São Francisco na região do Alto São Francisco

 

 

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